O Ministério da Economia ainda está tentando convencer a ala militar do governo federal a deixar para trás o Plano Pró-Brasil — que prega o aumento dos investimentos públicos na retomada do pós-coronavírus e colocou em xeque a continuidade da agenda do ministro Paulo Guedes. A ideia é focar no programa de desestatizações que, segundo a equipe econômica, pode atrair cerca de R$ 150 bilhões em investimento privados para o país na retomada do pós-coronavírus.
A proposta de focar nos investimentos privados, sobretudo por meio da venda de ativos e de privatizações, é defendido pelo time de Guedes desde que o Pró-Brasil foi apresentado pela Casa Civil. O ministro e seus auxiliares argumentam que o governo não tem caixa para realizar os gastos públicos previstos pelo plano. E dizem que, para isso, seria preciso aumentar o endividamento público e ainda quebrar o teto de gastos. A possibilidade criou até um ruído, no mercado financeiro, de que Guedes poderia deixar o governo.
Mas, nesta semana, quando o mercado já estava de olho em outros assuntos, a discussão sobre a retomada no pós-coronavírus voltou à tona. O assunto foi debatido no Palácio do Planalto em uma reunião entre Bolsonaro, Guedes –– que levou a tiracolo o secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar –– o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, e representantes da ala militar, como os ministros Braga Netto (Casa Civil), Fernando Azevedo (Defesa), Augusto Heleno (GSI) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo da Presidência).
Na reunião, Guedes e Mattar apresentaram o potencial de atração de investimentos privados desse plano. Segundo eles, o programa inclui R$ 900 bilhões em ativos para serem concedidos, além de mais R$ 1 trilhão em imóveis que podem ser vendidos para a iniciativa privada. E poderia atrair R$ 150 bilhões em investimentos, ainda neste ano, por meio da venda de ativos como ações da Petrobras e da privatização de estatais como Conab, Eletrobras e Codevasf.
Auxiliares de Guedes e Mattar confirmaram que o “Ministério da Economia está dialogando sobre possíveis estratégias para a retomada” com os demais ministérios, e frisaram que “o ministro tem sido muito enfático em relação à importância do realismo fiscal”. “A retomada precisa vir via investimento privado”, reiterou uma dessas fontes.
Técnicos da Economia também admitem que o valor de R$ 150 bilhões poderia ser maior caso os ativos considerados nesse cálculo fossem leiloados em outro momento. Isso porque, como expressou o próprio Salim Mattar, a crise do coronavírus provocou ainda mais incertezas nos investidores privados e pode derrubar o preço dos ativos. A secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, também admitiu, em live realizada nesta semana, que os próximos leilões devem ser feitos “com menos apego aos elevados valores de outorga ou elevados deságios”.
Uma dificuldade adicional sobre as privatizações é que precisam ser aprovadas pelo Congresso. Por isso, parte da ala militar continua achando que o governo vai precisar fazer investimentos públicos relevantes depois da pandemia. Para eles, apesar do impacto fiscal temido pela equipe econômica, as obras públicas podem estimular a retomada da economia e do emprego, e ainda poderiam ajudar o governo a conquistar apoio político no Congresso, sobretudo no Centrão.
A proposta de focar nos investimentos privados, sobretudo por meio da venda de ativos e de privatizações, é defendido pelo time de Guedes desde que o Pró-Brasil foi apresentado pela Casa Civil. O ministro e seus auxiliares argumentam que o governo não tem caixa para realizar os gastos públicos previstos pelo plano. E dizem que, para isso, seria preciso aumentar o endividamento público e ainda quebrar o teto de gastos. A possibilidade criou até um ruído, no mercado financeiro, de que Guedes poderia deixar o governo.
Mas, nesta semana, quando o mercado já estava de olho em outros assuntos, a discussão sobre a retomada no pós-coronavírus voltou à tona. O assunto foi debatido no Palácio do Planalto em uma reunião entre Bolsonaro, Guedes –– que levou a tiracolo o secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar –– o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, e representantes da ala militar, como os ministros Braga Netto (Casa Civil), Fernando Azevedo (Defesa), Augusto Heleno (GSI) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo da Presidência).
Na reunião, Guedes e Mattar apresentaram o potencial de atração de investimentos privados desse plano. Segundo eles, o programa inclui R$ 900 bilhões em ativos para serem concedidos, além de mais R$ 1 trilhão em imóveis que podem ser vendidos para a iniciativa privada. E poderia atrair R$ 150 bilhões em investimentos, ainda neste ano, por meio da venda de ativos como ações da Petrobras e da privatização de estatais como Conab, Eletrobras e Codevasf.
Auxiliares de Guedes e Mattar confirmaram que o “Ministério da Economia está dialogando sobre possíveis estratégias para a retomada” com os demais ministérios, e frisaram que “o ministro tem sido muito enfático em relação à importância do realismo fiscal”. “A retomada precisa vir via investimento privado”, reiterou uma dessas fontes.
Técnicos da Economia também admitem que o valor de R$ 150 bilhões poderia ser maior caso os ativos considerados nesse cálculo fossem leiloados em outro momento. Isso porque, como expressou o próprio Salim Mattar, a crise do coronavírus provocou ainda mais incertezas nos investidores privados e pode derrubar o preço dos ativos. A secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, também admitiu, em live realizada nesta semana, que os próximos leilões devem ser feitos “com menos apego aos elevados valores de outorga ou elevados deságios”.
Uma dificuldade adicional sobre as privatizações é que precisam ser aprovadas pelo Congresso. Por isso, parte da ala militar continua achando que o governo vai precisar fazer investimentos públicos relevantes depois da pandemia. Para eles, apesar do impacto fiscal temido pela equipe econômica, as obras públicas podem estimular a retomada da economia e do emprego, e ainda poderiam ajudar o governo a conquistar apoio político no Congresso, sobretudo no Centrão.
Fonte: Correio Braziliense, escrita por Marina Barbosa